Como o Jogo da Culpa Prejudica a Todos

Não é assim que devemos viver.

Como o Jogo da Culpa Prejudica a Todos

“... Perdoem, e serão perdoados.” Lucas 6:37

“Se Deus tivesse colocado boas influências na vida do meu filho, essa tragédia não teria acontecido”.

Culpo o pastor dos jovens pela minha perda. Ele falhou com meu filho”.

Se eu tivesse sido mais firme com meu filho, Ele não teria tirado a própria vida”.

Essas foram as minhas declarações de culpa. Pelo menos algumas delas. Culpei a Deus, aos outros e a mim mesma.

Culpando a Deus

O poder de Deus e sua soberania (o que significa que todas as coisas estão sob o Seu controle) geralmente encorajam o Cristão. Ao adicionarmos o fato de que Deus nos ama, podemos descansar sob Seus cuidados. Mas quando a vida se torna difícil, as verdades que antes eram reconfortantes tornam-se dolorosas.

Por que o Senhor não impediu que esse desastre acontecesse? Nós pedimos isso a Deus.

Se tivermos uma atitude de acusação ao invés de humildade, as perguntas podem nos afastar de Deus.

Quando meu filho que tinha 20 anos se suicidou, eu questionei a Deus. Durante alguns dias parei de fazer perguntas e ignorei a Deus. Eu fiquei com raiva e ressentida. Eu não entendia por que Ele permitiu que algo tão horrível tivesse acontecido.

Ao longo dos meses e anos, Deus trabalhou em minha vida. Um dia percebi que eu não preciso entender. Esta perda em minha vida não significa que Deus não está no controle, que Deus não é todo-poderoso ou que Deus não me ama. Significa que vivo em um mundo de sofrimentos e não entendo tudo o que acontece.

Por não querer viver com raiva e amargura, eu deixei a culpa de lado. Decidi confiar em Deus. A minha fé deve se basear na Bíblia e não em minhas experiências de vida. Mesmo porque a vida muitas vezes não faz sentido com a minha perspectiva limitada.

Eu ainda questiono Deus às vezes. Mas não vou me afastar Dele, pois Ele é a minha vida.

Culpando a todos e a tudo

Culpei a todos pela morte do meu filho. Eu nunca expressei isso, mas guardei uma longa lista de responsáveis em minha mente. Culpei aos outros por não terem sido mais gentis, por não perceberem que ele tinha depressão ou por dificultar a vida dele de alguma forma.

Eventualmente, o fardo se tornou muito grande, então passei a culpar uma outra pessoa: seu antigo pastor dos jovens. Eu sabia que deveria perdoá-lo. Quando pensamentos de rancor e mágoa surgiam, eu orava: "Deus me ajude a perdoá-lo". Isso durou meses. Mentalmente, tentei perdoar, mas o rancor nunca me deixou.

Deus usou a Bíblia para mudar o meu coração, para me ajudar a estar pronto para perdoar tanto emocionalmente quanto como um ato de minha própria vontade. Então, entrei em contato com o pastor. Meu marido e eu nos encontramos com ele. Pedi perdão por ter ficado magoada com ele por causa do que achei que ele deveria ter feito.

Atualmente pensamentos que me levam a culpar aos outros raramente vêm à minha mente. Sei que aqueles que culpei não tiveram a intensão de magoar meu filho. Eles eram imperfeitos e, portanto, falharam. Mesmo se eles não tivessem sido negligentes, o resultado poderia não ter sido diferente.

Culpando a mim mesma

Além de culpar a Deus e aos outros, eu também me culpei. Na infância do meu filho, eu estava atenta às suas necessidades e a eventuais ameaças à sua segurança. Mas quando ele se foi, fiquei pensando como eu poderia ter falhado.

Comentários e conflitos, quando considerados individualmente, não me preocupavam quando ocorreram. Mas, fazendo uma retrospectiva, notei que eles claramente apontaram para o fato de que algo estava errado.

Meu marido e eu não sabíamos quase nada sobre suicídio. Começamos a ler e aprendemos que a maioria das vítimas de suicídio, no fundo, tem uma doença mental. Mais tarde, soubemos que nosso filho estava lutando contra a depressão e o pensamento suicida. Se pudéssemos voltar atrás, prestaríamos mais atenção à saúde mental dele. Mas, na época, tínhamos feito o nosso melhor.

Esses pensamentos de me sentir culpada ainda persistem. Posso bloquear alguns deles lembrando que fiz o meu melhor com os recursos que eu tinha na época.

Como eu lido com a culpa justificável? Admitindo que sou imperfeita e preciso de perdão. Aceitando o passado e seguindo em frente com o presente. Resolvendo aprender com os meus erros e amar mais os outros. Recebendo o perdão de Deus. Perdoando a mim mesma. No final, se eu não me perdoar quando Deus já me perdoou, significa dizer que eu entendo as coisas melhor do que Deus.

Mesmo depois de uma tragédia, não devemos jogar o jogo da culpa, seja culpando a Deus, aos outros ou a nós mesmo, não é assim que devemos viver.

Usado com permissão pela Global Media Outreach de Lynelle Watford, ForeverWaters.com.

Oração:

Pai confio em Ti, mesmo quando a vida é difícil. Por favor, dá-me um espírito de perdão em relação aos outros e a mim mesmo.


Você está culpando a Deus pela dor em sua vida? Você precisa deixar de lado as coisas que você não entende e confiar que Deus é bom e que Ele te ama. Em que áreas de sua vida você precisa conceder o perdão aos outros e a si mesmo?