“Como você se declara, culpado ou inocente?”

Nas décadas em que trabalhei como intérprete judicial de espanhol, traduzi essa pergunta inúmeras vezes. Mas não importa quão convincentes sejam as provas, ou quão severa seja a leitura das acusações por parte do juiz, nunca se sabe qual será o veredito ou o apelo. Durante a sentença, pensamentos ansiosos devem ocupar as mentes dos réus enquanto eles caminham para uma nova vida atrás das grades.

No tribunal da vida, podemos nos sentir condenados a viver em um mundo atrás das grades da ansiedade. Mas em meio ao caos que gira em fúria, ainda podemos encontrar segurança, ainda podemos conhecer a paz e até viver com profundo contentamento. Aqui estão três padrões a seguir:

O contentamento vem de nossos louvores

Enquanto estava na prisão, Paulo escolheu a murmuração ou a gratidão? “Por volta da meia-noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus; os outros presos os ouviam. De repente, houve um terremoto tão violento que os alicerces da prisão foram abalados. Imediatamente todas as portas se abriram, e as correntes de todos se soltaram.” (Atos 16:25,26)

Com pesadas correntes nos tornozelos, Paulo olhou para cima e seus lábios proferiram louvores ao Senhor. O ambiente não importava. O desconforto não o intimidou. Nem a injustiça o abalou. Ele não reclamou nem resmungou; ele encontrou contentamento e gratidão. Foi então que as correntes se soltaram e a liberdade veio. Essa mesma liberdade você e eu conheceremos quando louvarmos a Deus e até Lhe agradecermos na dor.

O contentamento vem com a proximidade íntima

Davi conheceu o desespero, seus lamentos no Salmo 22 vão desde o tormento físico até a tortura espiritual. No entanto, quando ele invocou a Deus e se lembrou de Sua bondade e fidelidade, foi então que o contentamento chegou. Davi sentiu a proximidade de Deus: “Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe percebes os meus pensamentos. Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos te são bem conhecidos.” (Salmos 139:1-3)

Assim como Deus está familiarizado com os detalhes mais íntimos da vida de Davi, Ele também conhece os nossos. Ele sabe quando estamos lendo certas manchetes e vê o estresse que surge, a preocupação que surge e o medo que nos deixa frenéticos. Mas Deus também sabe como colocar paz nos nossos corações e trazer contentamento apesar do caos.

O contentamento vem apesar das perdas

Dia após dia, parecemos perder o que antes sabíamos ser sagrado e bom. A inflação não acaba. A imoralidade se torna mais intrusiva. O que Deus chamou de errado agora está certo. E o que antes considerávamos sagrado agora é ridicularizado. Mas não importa as mudanças ou as perdas, o contentamento surge como aconteceu com Habacuque. “Mesmo não florescendo a figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação.” (Habacuque 3:17,18)

Não importa o que nos falte, também nos alegraremos, confiando no Senhor, nosso Salvador. Essa mentalidade e determinação nos mantêm livres da prisão da ansiedade. Não estamos condenados a uma vida sombria, mas a uma eternidade na graça de Deus. Esse é o contentamento que desafia qualquer caos, qualquer batalha ou qualquer tempestade.

Usado com permissão de Janet Perez Eckles pela Global Media Outreach. Apenas da sua cegueira física, Janet Perez Eckles.