Em muitas imagens do nascimento de Jesus, a figura da Virgem Maria domina a cena. Ela não parece ter tido dificuldade durante o parto. Ao invés disso, ela é mostrada com uma atitude de serenidade sagrada, talvez com um brilho ou auréola sobre sua cabeça, enquanto ela alimenta seu filho recém-nascido e recebe a atenção dos sábios.

Essa ênfase é bíblica? Temos uma visão adequada de Jesus e Maria? O que a sua história nos conta?

Maria foi abençoada e altamente favorecida

Quando as pessoas dizem, "Ave Maria, cheia de graça", o que elas estão realmente querendo dizer? É a saudação do anjo Gabriel, que poderia ser traduzida de forma mais simples por “... Alegre-se, agraciada! O Senhor está com você." (Lucas 1:28). E Gabriel ainda explica: "... Não tenha medo, Maria; você foi agraciada por Deus!” (Lucas 1:30). A graça de Maria não era sua, mas, como a Bíblia nos diz sobre Noé, ela tinha "encontrado graça (favor)" de Deus (Gênesis 6:8).

Maria foi a "Mãe do Meu Senhor"

Quando Maria visitou Isabel, a mãe de João Batista, este foi um ato de fé. Gabriel lhe disse que Isabel estava no sexto mês de gravidez, então Maria foi visitá-la. Isabel chamou Maria de "abençoada" e alegremente exclamou: "Mas por que sou tão agraciada, a ponto de me visitar a mãe do meu Senhor?" (Lucas 1:43). Sua visita mostrou que Maria havia crido “...que se cumprirá aquilo que o Senhor lhe disse!"  (Lucas 1:45)

Maria se alegrou em "Deus seu Salvador"

Quando Isabel afirmou que Deus abençoou Maria por sua fé, a virgem Maria louvou a Deus de uma forma maravilhosa: " ... Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, pois atentou para a humildade da sua serva. De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, pois o Poderoso fez grandes coisas em meu favor; santo é o seu nome.” (Lucas 1:46-49). Esta afirmação tornou-se conhecida como "Magnificat".

Assim como algumas tradições interpretam mal a saudação de Gabriel a Maria como uma expressão de louvor a ela por um anjo, ao chamá-la de "abençoada", também foi confundida como uma razão para muitos cristãos adorarem à Maria. Maria não é adorada por anjos como Jesus o é (Ver Hebreus 1:6). Ela não é a "rainha do céu". Devemos entender o seu louvor pelo que realmente aconteceu: o grito de alegria daquela escolhida para ser a mãe humana do Senhor, a "serva do Senhor", como ela a si mesma se chamava (Lucas 1:38). Ela prevê que todas as gerações futuras reconheceriam como Deus a abençoou em tê-la tornado a mãe de Jesus.

Como todos os pecadores, ela precisava de salvação. Deus a escolheu para trazer seu Salvador, e o nosso, para o mundo. No início, ela não entendia como essas coisas poderiam acontecer, (Lucas 1:34), mas ela acreditou e depois entendeu a importância do resultado, para si mesma: "... todas as gerações me chamarão de bem-aventurada" (Lucas 1:48) e para todas as nações: Deus "Ajudou a seu servo Israel, lembrando-se da sua misericórdia para com Abraão e seus descendentes para sempre, como dissera aos nossos antepassados" (Lucas 1:54-55).

O que significa essa parte do louvor de Maria? Ela está citando Gênesis 17:19: "...Na verdade Sara, sua mulher, lhe dará um filho, e você lhe chamará Isaque. Com ele estabelecerei a minha aliança, que será uma aliança eterna para os seus futuros descendentes.” O Novo Testamento explica: "... A Escritura não diz: "E aos seus descendentes", como se falando de muitos, mas: "Ao seu descendente", dando a entender que se trata de um só, isto é, Cristo.” (Gálatas 3:16)

A expressão de louvor mais famosa de Maria apresenta o evangelho e nos mostra que assim como devemos fazer, ela mesma foi salva confiando na promessa de salvação de Deus através de Jesus Cristo.