De acordo com o modo de pensar moderno, a verdade não importa, mas a intolerância sim. Se o assunto é salvação, a verdade Cristã sugere que há aqueles que são salvos e aqueles que não são. Se a verdade é sobre o pecado, então algumas coisas são certas e outras são erradas. Se for sobre o inferno e o céu, significa que um lugar é quente e o outro não. Se for sobre o perdão, então alguns são perdoados e outros não. A verdade parece intolerante e, honestamente, quando falo sobre a verdade Cristã, às vezes sinto que é mesmo dessa forma.

Fale a Verdade

A verdade, por sua própria natureza, divide e ofende. Isso é o que Jesus quis dizer quando fez a surpreendente declaração de que não tinha vindo para trazer paz, mas para colocar os filhos contra os pais e criar inimigos na própria casa (Mateus 10:35–36).

Os Cristãos são chamados para falar a verdade e, na maioria das vezes, falar para pessoas que não querem ouvi-la. E são constrangidos a fazê-lo. Paulo disse em 1 Coríntios 9:16: "Contudo, quando prego o evangelho, não posso me orgulhar, pois me é imposta a necessidade de pregar. Ai de mim se não pregar o evangelho!" Paulo dizia que não podia ficar calado.

Jeremias, o profeta, teve a mesma experiência: "Mas, se eu digo: "Não o mencionarei nem mais falarei em seu nome", é como se um fogo ardesse em meu coração, um fogo dentro de mim. Estou exausto tentando contê-lo; já não posso mais!" (Jeremias 20:9). Essa é a experiência normal de todo Cristão que conhece a verdade.

Quando falar

Nós Cristãos, devemos ter cuidado com o que falamos, da forma que falamos e até mesmo se devemos falar. Jesus advertiu que não devemos “Não deem o que é sagrado aos cães” nem “...atirem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão". (Mateus 7:6). A verdade que temos é preciosa, perigosa e explosivamente poderosa na forma como pode curar ou ferir.

Há momentos em que o silêncio realmente é ouro.

Os Cristãos precisam aprender que, às vezes, há um grande valor no silêncio – até mesmo em seu testemunho para o mundo.

Há momentos em que é melhor ficar em silêncio e deixar que o amor, a liberdade e a alegria falem. Existem determinadas coisas que os Cristãos não podem dizer sem palavras, mas há outras que só se confundem com palavras. Minha esposa, que é da área da música, sempre me disse que a música é uma linguagem universal. Às vezes é melhor ficar em silêncio e ouvir a linguagem da música. E, às vezes, é melhor falar a linguagem do silêncio.

Mantenha-se em Silêncio

É um clichê, mas ainda assim há alguma verdade em acreditar que os Cristãos são a única Bíblia que os incrédulos já leram. No entanto, com o devido respeito a esse ponto de vista, permitam-me dizer que a maioria de nós peca muito, traímos nossos princípios com tanta frequência e falhamos de forma tão óbvia em nossa caminhada Cristã que a mensagem é confusa e atrapalhada.

Mas e se ficássemos calados ao invés de nos defender? E se ficássemos em silêncio quando as pessoas condenam aqueles cujo estilo de vida, política ou opiniões religiosas são consideradas inaceitáveis? E se ficássemos calados e nos recusássemos a ser críticos sociais, políticos e religiosos de todas as opiniões que não fossem as nossas próprias? E se ficássemos calados diante da rejeição? E se nos recusássemos a compartilhar os segredos que nos foram contados ou contar as histórias que ouvimos por acaso? E se permanecêssemos em silêncio e esquecêssemos as fraquezas dos outros? E se olhássemos para a dor do próximo e apenas o amássemos, ao invés de tentarmos consertar o incorrigível? E se nossa resposta à confusão, ao medo e à culpa fosse simplesmente: "Eu sei"?

Há um testemunho poderoso nesse tipo de silêncio.

Usado com permissão da Key Life Ministries e Steve Brown pela Global Media Outreach.