A Mais Frágil das Fundações

Sendo a natureza humana caída, é fácil superestimar nossa própria bondade e fidelidade. Achamos que estaremos prontos para defender a Cristo no dia da provação, crendo que, mesmo que todos os outros caiam, nós permaneceremos como discípulos comprometidos. Muitas vezes, assumimos que somos mais virtuosos e mais bem equipados para permanecer no caminho estreito do que o nosso próximo.

Ironicamente, tal confiança pode revelar que estaremos entre os primeiros a fugir de nossa posição como Cristãos quando as coisas ficarem difíceis. Afinal, se estamos confiantes de que nos manteremos firmes porque acreditamos que temos algum tipo de força inerente que outros Cristãos professos não têm, então estamos confiando no mais instável dos fundamentos. Os discípulos aprenderam essa lição na noite em que o nosso Salvador foi traído. Certamente nenhum dos discípulos (exceto Judas) se considerava o traidor que o Senhor disse que se afastaria Dele. No mínimo, sabemos que Pedro tinha certeza de que não seria ele quem negaria a Cristo ou que O deixaria (Marcos 14:17–21, 26–31). Mas, como vemos na passagem de hoje, quando chegou a hora da verdade, nem mesmo Pedro teve a ousadia de ficar com Jesus. Na hora da prisão de Jesus, todos os discípulos fugiram do local (Marcos 14:50).

Revelando Verdades

Como as Escrituras foram escritas não apenas para revelar as verdades sobre Deus, mas sobre nós mesmos, não ousamos pensar que seria impossível mostrarmos covardia e falta de fé semelhantes. Interpretação bíblica sã, significa nos perguntarmos não como somos melhores do que os pecadores sobre os quais lemos na Bíblia, mas como estamos aptos a ser como eles. Quando fizermos isso, nos lembraremos de que não temos força em nós mesmos para seguir a Jesus e que devemos olhar somente para Ele para sustentar a nossa fidelidade.

Se Nossa Fé é Testada

Este ponto é levantado pela história intrigante na passagem de hoje sobre o jovem que fugiu da cena da prisão de Jesus quando os soldados o agarraram pela veste que ele estava usando (Marcos 14:51-52). Muitos pastores e estudiosos especularam sobre a identidade desse homem, com alguns sugerindo que ele era João Marcos, o autor do evangelho de Marcos. Essa é uma teoria tão boa quanto qualquer outra, mas a identidade do homem não é, em última análise, tão importante.

Como observa um comentarista, devemos tomar nota da ambiguidade deliberada do autor sobre a identidade do homem. Será que Marcos deixa o homem sem nome para que possamos vê-lo como representando a possível escolha que qualquer um de nós poderia fazer se nossa fé fosse testada?

Em Julgamento

Certamente, houve um jovem que realmente fugiu quando Jesus foi preso, deixando suas roupas para trás. O fato de ele ter sido uma pessoa histórica real, no entanto, não muda o fato de que podemos ver nele um aviso para nós. A tentação de fugir de nossa posição Cristã é forte quando há um custo real para nossa obediência, e se confiarmos em nós mesmos, fracassaremos. Peçamos ao Senhor a força e a graça para perseverar sob provação.