Você Vai se Submeter?

“Entregue a mim tudo o que você é.”

Você Vai se Submeter?

“Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês.” Tiago 4:7

Eu precisei ir mais fundo...

Era maio de 2019 eu estava na igreja ouvindo um sermão do qual não me lembro mais, mas me lembro de que ao final o pastor queria que fizéssemos uma daquelas atividades em grupo em que todos deveriam se levantar e ir para frente. Para ser honesta, quando eu decido participar, geralmente sou uma participante relutante nesse tipo de momento. Se o meu coração estiver propenso, eu participo; se meu coração não estiver realmente propenso a isso, não participo. O pastor queria que escrevêssemos em um pedaço de papel algo que precisávamos entregar a Deus. Observei enquanto as pessoas começavam a escrever. Alguns começaram a ficar de pé e a levar os papeis para frente, onde deveriam colocá-los em algum lugar (não me lembro agora onde. Talvez em um balde?). Certamente eu não planejava ir até a frente, mas coloquei meu pedaço de papel em cima do meu diário e me preparei para escrever o que costumava ser a  entrega mais consistente da minha vida: eu não era casada; e a entrega mais dolorosa da minha vida: eu não tinha filhos. Não é que essas coisas estivessem me incomodando naquele dia, já que venci algumas batalhas nessas áreas. Mas, aparentemente, essas se tornaram a minha resposta padrão em relação à submissão. Minha caneta estava pronta para anotar o que havia se tornado comum, mas, ao tocar o papel, senti em meu espírito que minha situação atual não era o que eu precisava entregar ao Senhor. Eu precisaria ir mais fundo...

 

“Entregue a mim tudo o que você é”. O que?

Nas semanas seguintes, orei e considerei o significado disso. E isso se tornou uma mudança significativa, embora às vezes lenta, para mim. Acabei não escrevendo sobre isso, mas disse a Deus que eu seria fiel e falaria sobre isso sempre que me sentisse inspirada. Ele me deu várias oportunidades de conversar individualmente com outras pessoas sobre isso. E neste momento me sinto inspirada a escrever sobre isso.

 

Deus me disse: “Entregue a mim tudo o que você é”

 

E, isso é o que me fez perceber que:

 

Em primeiro lugar, sou amada e me sinto aceita pelas pessoas e sou extremamente grata pelo amor e pela aceitação em minha vida. Mas, às vezes, luto com inseguranças. Se você já leu meu blog ou livro, se você e eu somos amigos a ponto de sentarmos em um sofá, em uma cafeteria ou de pijama enquanto compartilhamos sobre nossas vidas, você não vai se surpreender com isso. Acho que a maioria das pessoas tem alguma insegurança em relação a alguma coisa. Tenho lutado contra a insegurança em relação ao meu corpo, às minhas habilidades, à minha solteirice, por exemplo. Esses são alguns exemplos, mas não uma lista completa. Não importa quantas coisas boas ouvimos, às vezes são as coisas que não ouvimos ou aquela coisa dolorosa que ouvimos que permanece conosco. Satanás preenche espaços vazios e nos faz lembrar da crueldade.

Eu sei que Satanás é uma grande influência aqui. Sabemos que ele tem um papel central na distração, na tentação e na separação de Deus. “Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar” (1 Pedro 5:8). Algumas vezes, ele tenta me devorar por meio da insegurança. Talvez ele tenha tentado te devorar da mesma maneira. Nossa batalha não é contra carne e sangue (seja o que for que tenha aumentado as nossas inseguranças) (Efésios 6:12), e também não pode ser vencida com carne e sangue (aprovação de outros). Só pode ser vencida por Aquele que já venceu a batalha. São tantas “vitórias”, mas preste atenção porque a batalha está prestes a mudar.

“Entregue a mim tudo o que você é”. Então ( falando sério), a dor pessoal mais significativa da minha vida gira em torno da rejeição e da vergonha. Sinto-me desprezível e envergonhada por isso. Muito do que acreditamos sobre nós mesmos é aprendido desde cedo, mas o inimigo de nossas almas pode nos atacar em qualquer idade. As circunstâncias ou as pessoas em nossas casas, em nossas escolas, em nossos relacionamentos, em nosso trabalho ou em nossa cultura podem começar a criar inseguranças em nossas vidas que, se não forem controladas, não forem corrigidas ou curadas, podem começar a influenciar a nossa confiança ou direção.

 

Eu aprendi que seja o que for que Deus me peça para entregar, vale a pena.

 

Pode ser bom trabalhar para compreender o certo ou errado, quem é o culpado, quem não é o culpado, para que saibamos em que “crença errada” ou “insegurança” sobre nós mesmos temos acreditado. Em que área temos nos visto através dos olhos dos outros em vez de através dos olhos de Deus? É difícil praticar crenças corretas até que possamos compreender como nossas crenças erradas se desenvolveram, para que possamos desacreditá-las. Mas explicar a raiz de nossas inseguranças para justificá-las não as faz desaparecer. Acho que às vezes passamos mais tempo tentando justificar a nossa dor do que nos libertar dela.

Quando em meu espírito, Deus disse: “Entregue a mim tudo o que você é” Ele estava me pedindo para renunciar às minhas inseguranças. Aprendi que seja o que for que Deus me peça para entregar, vale a pena. Às vezes, minhas inseguranças são as principais distrações para que eu possa servi-Lo livremente e confiar Nele plenamente. “Mas eu NÃO sou isso ou aquilo”. “Eu sou isso ou aquilo”. “Você não me deu isso ou aquilo, então estou carente disso ou daquilo”. Já venci muitas batalhas nesta área antes, pois Ele me ajudou a lutar contra o medo e as decepções. Ele tem sido paciente, fiel e compassivo, mas quando Ele me fez essa pergunta, estava se preparando para virar um pouco o jogo da insegurança sobre mim.

Ao iniciar essa caminhada com Deus em meu tempo com Ele, estudando a Sua palavra e discutindo com Ele (em oração), Ele deu à minha insegurança um novo nome: vaidade. Ele já afirmou quem eu sou Nele. Ele tem revelado a minha identidade Nele. Assim, à medida que trago velhas lutas de insegurança para uma nova vida, elas não são uma ferida para acariciar, e sim um pecado que devo confessar. Eu não sou rejeitada. Eu não sou mal-amada. Estou sendo vaidosa. Estou me superestimando, muito focada em como sou vista. Preocupada com coisas que eu gentilmente chamaria de inseguranças, que Ele estava me pedindo para confessar como vaidades.

 

A insegurança é uma dor contra a qual eu luto.

 

A vaidade é um pecado que confesso e do qual Jesus me liberta.

 

Em vez de cair na tentação de repetir palavras crueis, rejeições, crueldade e dor e depois pedir a Deus que me curasse, percebi que precisava começar a ver como essa dor acabava me levando ao meu próprio pecado. Ao confessar as inseguranças como vaidade, eu poderia ser liberta em vez de apenas ser ajudada.

Jesus se identifica com a ideia de ser rejeitado e envergonhado. Ele não está dizendo “engula isso, Haley; pare de ser estúpida e egocêntrica”. Mas acredito que através da evidência de Sua vida, Sua Palavra e Seu Espírito em mim, Ele está dizendo: “Eu sei, Haley. Perdoe. Entregue. Confesse como essa dor levou ao seu próprio pecado e deixe-me purificá-la disso”.

Podemos nos esforçar. Podemos conseguir roupas novas, novos amigos, novos cabelos, novos empregos, novas realizações, novos livros de autoajuda sobre insegurança. As pessoas podem tentar nos convencer de que somos amados e apreciados. Para cada rejeição, podemos ter 100 aceitações, mas isso continuará a aumentar a nossa dependência das pessoas e das circunstâncias para nos curar. Pessoas e circunstâncias não vencem batalhas espirituais. Jesus, sim.

Honestamente, graciosamente recebi muita compaixão e incentivo em minha vida. Mas para isso precisei da convicção do Espírito Santo e da liberdade encontrada quando levo isso a Jesus e peço a Ele que me limpe da minha vaidade.

 

“Sim, Deus. Entrego a ti tudo o que sou.”

 

Logo após o início dessa percepção, tive que trabalhar essa mudança na prática. Temos tido novas iniciativas em nosso ministério que envolvem a produção de vídeos. Fui convidada para fazer parte de alguns desses projetos, e se você acompanhou meu blog ao longo dos anos ou leu meu livro, sabe que minha resposta a isso foi “Sim, Senhor”.

Ao me levantar pela manhã antes de gravar, a luta começava comigo achando que não tinha as roupas certas, ou meu cabelo estava feio, ou minha pele não estava boa, ou minha apresentação era muito “Haley” em vez de profissional, ou que eu não era capaz o suficiente para estar nesta posição… então, eu parava tudo e confessava que a “insegurança” é “vaidade”. O pecado da vaidade estava construindo uma barreira entre mim e o que Deus queria de mim. Ainda quero ser a melhor versão de mim que Ele fez. Não joguei fora a minha “chapinha” de cabelo, não parei de me depilar e não comecei a usar moletom para ir trabalhar. E não estou andando por aí agora, convencida de que sou filha do rei e sou perfeita como estou. Não quero ser insegura OU excessivamente segura. Quero estar bem comigo mesma, com os outros e com Ele, em minha alma.

Existem dias mais fáceis e dias mais difíceis. Mas, Deus falou comigo sobre esta área da minha vida e agora tenho um novo plano de luta. Ou melhor, um novo plano de voo para navegar por onde Deus está conduzindo. Ele nos cura de nossa dor e nos purifica de nossos pecados. Aceitar Sua compaixão pela minha dor é mais fácil do que aceitar Sua repreensão pelo meu pecado. Mas, na área em que a Sua compaixão me traz conforto e encorajamento, a Sua repreensão me purifica e me fortalece. Seus questionamentos e Sua ajuda estão me mudando.

 

Que ferida você tem acariciado?

 

Não estou invalidando a sua dor e pedindo que você mude a sua percepção sobre ela. Estou sugerindo que você considere que resposta essa dor desenvolveu em você.

·  Como você está lidando com a dor?

·  Como você está justificando a sua resposta?

·  Como o seu comportamento atual é motivado por isso?

·  O inimigo tentou você a pecar por causa disso?

·  Você se tornou invejoso, glutão, ganancioso, lascivo, orgulhoso, preguiçoso, vingativo ou até mesmo vaidoso? Isso tem acontecido comigo algumas vezes.

 

Satanás pega nossa fraqueza, nossas feridas, nossa dor e nos tenta a entrarmos em buracos mais profundos criados por nós mesmos, enquanto nos sentimos justificados pela dor.

Jesus toma as nossas fraquezas, as nossas feridas, as nossas dores e nos diz para perdoar. Ele nos liberta dessas coisas em vez de nos escravizar a elas. Ele nos diz que ninguém pode definir quem somos, exceto o Pai, nosso Criador.

Oração:

Deus, eu me submeto a Ti, assim como me criaste. Renuncio a quaisquer sentimentos de rejeição, vergonha ou injustiça que deixei que se tornassem parte da minha identidade. Eu entrego a Ti quaisquer sentimentos de inadequação que estejam surgindo em mim. A verdade é que tenho necessidade de tudo e tudo o que tenho recebi de Ti. Aquilo que me pediste que eu realize não virá da minha sabedoria, das minhas palavras, do meu corpo ou das minhas roupas. Não será por força nem por poder, mas pelo Teu Espírito. Perdoa a minha vaidade. Limpa-me. Agradeço, Senhor, por Tua compaixão e convicção em cuidar de mim e me transformar. Agora, vamos em frente. Em nome de Jesus, Amém.


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